segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sua opinião sobre a proposição num. 8

As eleições na Califórnia neste ano incluíram não só os candidatos a presidência, mas também uma controvertida proposição número 8, ondes os Californianos votaram numa emenda constitucional no estado para incluir a declaração de que "somente o casamento entre um homem e uma mulher é válido ou reconhecido na Califórnia." A passagem da emenda invalidou os até então válidos casamentos de casais homosexuais na Califórnia.

Um grupo de adventistas auto-denominados Adventists Against Proposition 8 se posicionou contra a proposição 8, e ativamente procuraram persuadir irmãs e irmãos da mesma fé (e outras fés também) a votarem contra. O movimento foi uma reação ao apoio público do Seventh-day Adventist Church State Council, que é o departamento de liberdade religiosa da União do Pacífico, em favor da proposição 8.

Pergunto: qual é a sua opinião sobre esta proposição, e sobre o ativismo dos crentes adventistas californianos?


Quem tiver interesse em ler a cronologia do ativismo estará mais informado para publicar sua opinião. ("disclaimer": o autor da cronologia tomou partido em um dos lados do ativismo)

Antes que novembro acabe...

... E com ele o mundo, que desde o meu último post, de 13 maio, já mudou bastante, deixem-me dizer algumas palavras.

Novembro não acabou ainda, mas o mundo como existia em maio sim. De lá para cá o barril do petróleo, e consigo o preço da gasolina no Estados Unidos, foi simultaneamente na extratosfera e no abismo. A economia, e seus índices, tiveram uma das mais dramáticas e espetaculares quedas já testemunhadas. Não que ninguém tivesse previsto o rompimento da bolha, mas que ninguém de fato previu a escala global do problema e a incapacidade dos especialistas em concordar sobre uma solução, que dirá engendrar uma solução. A mais longa e mais cara campanha eleitoral já testemunhada no EUA chegou ao fim, com incríveis incidentes e contornos, e um final inegavelmente histórico.

Com mudanças tão dramáticas e imprevisíveis acontecendo em espaço de tempo tão curto, como podemos sequer manter a sanidade e o senso de continuidade? Talvez nossos sentidos já estejam entorpecidos pela velocidade natural do mundo pós-moderno saturado de blackberries, instant messengers, celulares, comunicação global, internet, etc, que nem nos admiramos mais do passo em que as mudanças ocorrem. Talvez nos falte mesmo tempo para refletir no meio do frenezi ou simplesmente uma referência a um mundo lento, evoluindo em eras geológicas. Que conversa então seria essa de insanidade ou preocupação com continuidade, poderia alguém perguntar.

Mas antes que novembro acabe, e chegue o mês das festas e o clima de fim de ano, de tempo de retrospectiva, de receber o ano novo com novas resoluções e planos, antes que novembro acabe, reflito nas palavras pertencentes ao inconsciente coletivo adventista: os últimos acontecimentos serão rápidos.

Seriam estes os últimos acontecimentos? Com certeza serão, antes das celebrações do primeiro advento no ano que em breve termina. Mas bem que poderíam ser últimos antes das celebrações do segundo advento em um mundo que em breve termina, não acham?

domingo, 2 de novembro de 2008

Marketing

A máxima refrescância. Prazer em dobro. Surpreenda os seus sentidos. Experimenta! Uma aventura de tirar o fôlego. Adrenalina total. Você merece. Sofisticação ao seu alcance. Para poucos. Você merece. Você merece. Você precisa.

As mensagens que nos embalam (no sentido de embalagem mesmo) dizem que precisamos experimentar sensações-limites, devemos viver intensamente, devemos ter êxtases sensoriais cada vez maiores, sob pena de não estarmos "vivendo". O que ontem nos surpreendeu, hoje é corriqueiro, precisamos de uma dose maior.

É estranho que fiquemos assustados quando os adolescentes submetidos a esse discurso desde bebês se lancem nas drogas. Eles "precisam" viver, "precisam" sentir emoções fortes, "precisam" tirar os pés do mundo ordinário! Caso contrário, terão apenas existido, e a vida é pra ser vivida...

Mas não "precisamos" apenas experimentar, sentir, viver; "precisamos" ostentar. Um carro não serve mais apenas para nos deslocar por aí. O comercial mostra o sujeito orgulhoso de sua nova aquisição deixando a garagem entreaberta ou cortando a cerca viva de sua casa para que quem passa por fora possa ver aonde ele chegou, possa ver que, a julgar pelo objeto de luxo que ele adquiriu, "ele chegou lá". Ele não é qualquer um, ele não é condicionado pelo mundo ordinário. Um celular faz tempo que não serve mais apenas para comunicação e uma televisão para assistir programas de péssima qualidade. Eles "precisam" ter o máximo de funções agregadas, porque são objetos de exposição e porque "precisamos" do máximo conforto, da máxima conveniência.

O mundo gira graças ao combustível desse monte de necessidades artificiais. É para consumir que nos esfalfamos, porque o consumo nos permite viver as sensações que nós acreditamos que precisamos viver para continuar existindo e porque ele nos permite alcançar aceitação em uma coletividade ou destaque dentro dela. E, se o consumo não
basta, nós nos consumimos a nós mesmos, e o caso das drogas citado aí acima é só um exemplo. Sexo, pornografia, poder, sucesso, manipulação, trabalho excessivo, são todas formas de auto-consumo, tentativa vã de entregar à vida algum sentido ou propósito.

Como se fosse antevendo esse estado de coisas que Paulo suplicou: "não vos conformeis a este mundo, mas transformai- vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis [isso sim vale a pena "experimentar" ] qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). Não conformar-se, amigo, significa não consentir em entrar na mesma fôrma. Viver é muito mais do que dizem por aí.