sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Manifesto

“Portanto, meus irmãos, o que é que deve ser feito? Quando vocês se reúnem na igreja, um irmão tem um hino para cantar; outro, alguma coisa para ensinar; outro, uma revelação de Deus; outro, uma mensagem em línguas estranhas; e ainda outro, a interpretação dessa mensagem. Que tudo seja feito para o crescimento espiritual da igreja” (I Coríntios14:26, NVLH).

Procura-se uma igreja em quem não se assistam cultos, mas onde cultos a Deus sejam prestados.

Procura-se uma igreja em quem cada um de seus membros se sinta à vontade para falar, cantar, ler algo que o tocou, onde a adoração seja orgânica e coletiva e aconteça em espírito e em verdade. Uma igreja em quem o louvor seja espontâneo, orgânico, natural como respirar e onde todos tenham a oportunidade de participar, não apenas uns poucos iniciados na arte.

Procura-se uma igreja em quem seus membros tenham tanta ou mais atenção nas necessidades de seus irmãos do que na retórica do que é dito.

Procura-se uma igreja em quem qualquer pessoa seja acolhida com calor, independentemente de estar vestido conforme o padrão cultural momentâneo.

Procura-se uma igreja em quem intuitivamente se odeia a zona de conforto, a estagnação espiritual, a mesmice e o automatismo, em quem nada é feito só porque deve ser feito ou só porque está escrito em algum lugar que deve ser feito.

Procura-se uma igreja em quem a necessidade de haver ordem não seja desculpa para inibir a espontaneidade.

Procura-se uma igreja capaz de respeitar o nível de maturidade espiritual de cada membro.

Procura-se uma igreja que primeiro envolva as pessoas, para só então pontuar a centralidade do amor a Deus e só depois disso, exclusivamente depois disso, aponte para reformas comportamentais.

E, enquanto eu não encontrar uma igreja assim, serei a igreja assim.

6 comentários:

Marco Aurelio Brasil disse...

Meu texto présabático de hoje tem a cara aqui do Na Contra Mão. Comentário autopromocional, portanto...

Há braços!

Gabriel Henríquez disse...

Meu amigo Marcão,

Você verbalizou uma ansiedade que a há muito tempo tem me incomodado, e que raramente tem sido compreendida, e confesso que muitas vezes tenho me sentido desanimado... mas dou graças ao Deus porque sou lembrado da minha condição, do meu papel, e do meu anseio de ser instrumento nas mãos de Deus. Deus continue te abençoando meu irmão! Obrigado...

Anônimo disse...

Meu caro Marco, você pontua muitos deveres para a igreja, colocando nela toda a responsabilidade pela conversão, esquecendo-se de que não é obra humana converter, mas sim do espírito santo. Parece que há um temor em vir a desagradar as pessoas (principalmente no útimo parag). Que a mensagem da cruz seja pregada pura, simples, sem rodeios e disfarces, enfatizando conjuntamente tanto o amor quanto a lei de Deus (pois são indissociáveis) como está na Bíblia, e os frutos virão! Caso contrário vc verá muito esforço e trabalho humano e em contrapartida, muita frustração...

Karla Camargo disse...

Confesso um certo em alívio em perceber que não estou sozinha nos sentimentos que por vezes são despertados em mim dentro da igreja.
Que o Espírito Santo de Deus nos preencha com o sentido da missão que devemos levar adiante. Feliz sábado!

Gabriel Henríquez disse...

IMHO, a beleza de um blog está na troca de idéias e pensamentos no tempo entre os leitores (o que raramente ocorre nos livros).
Certamente o entendimento subjetivo das palavras está condicionado a um conjunto particular de experiências pessoais, que serão o prisma pelo qual interpretaremos o que estamos lendo.
Estimado Anônimo, a discussão aqui apresentada pelo Marco remonta de uma longa "conversa" que vem sendo travada neste blog há anos. Veja que o texto não trata do assunto "conversão" em momento nenhum, mas tão somente de nossas atitudes como membros da igreja e de nossas práticas eclesiásticas, muitas vezes mecanizadas e ritualísticas, que se perdem no objetivo principal de conectar-nos com Deus e sermos usados por Ele para demonstrarmos Seu amor a outros que talvez ainda não O conheçam.
Te convido a ler outros post anteriores sobre este assunto neste blog pois tenho certeza que a tua contribuição será de grande valia.
Amplexos!

cibele disse...

essa igreja é um quebra-cabeça enorme que tem milhões de peças espalhadas por aí... é uma alegria quando as partes se reconhecem e se unem!