sábado, 6 de setembro de 2008

IDE = Vá até as pessoas ou Venham à mim?

Olá Pessoal,

Estou observando a discussão interessante aí que está rolando...

Tenho sensações estranhas sobre os grilhões que parecem nos prender a pre-conceitos. Parece claro que buscamos novas formas de agregações religiosas, ou mesmo que seja, redescobrir a roda.

Realmente passei um sábado muito agradável com o Gabriel e outros amigos, mas também me pareceu que não estamos muito prontos para não estar em um ambiente com paredes e um cara estranho falando lá da frente, dizendo-nos o que fazer o que não fazer, sendo que ele nem nos conhece.

Coloquei esse título do post porque essa idéia me parece também meio contraditória, ou uma história incompleta. Confesso que esse insight também não está claro na minha mente, mas vou tentar expor o que tenho pensado sobre. Vai que alguém dá uma luz aí.

Quando Jesus ordena o IDE, Ele realmente nos mandava ir? Nem sempre Ele foi. Várias vezes vieram a Ele. Ahhh, outra coisa, Jesus utilizou todas as ferramentas possíveis de evangelismo? Não há mais nenhuma forma que possa ser diferente?

Por que pergunto tudo isso? Lendo as coisas do blog, parece que vejo a gente tentando misturar tudo ao mesmo tempo, não que esteja errado, mas parece que queremos padronizar soluções. Queremos montar nossa vida pessoal, profissional, religiosa, financeira tudo no mesmo saco. Vocês acham que é por aí? Bom, mas aí vão falar, você não pode separar essas coisas, você tem de ter religião na sua vida pessoal, sua vida profissional é recheada da sua vida pessoal e mais a sua ética que vem atrelada à sua religião. E é claro, tudo acaba sendo misturado.

O que acabo vendo disso tudo é que buscamos, a partir de ambientes diferentes, situações diferentes, culturas e padrões diferentes tentar achar algo comum para nossas reuniões religiosas e aplicações do famoso IDE.

É claro que esse modelo que está aí da nossa religião (instituição) já não nos atende mais, mas será que não seria o caso de cada um de nós ver que a solução é ainda mais personalizada que imaginamos? Ou seja, a forma que penso para mim num interior e sem filhos pode não ser a mesma para o Gabriel, cosmopolita, com filhos, e nem para o Klébert estrangeiro. Pode ser que para um de nós, o IDE signifique vá, e procure pessoas, faça o marketing que Jesus algumas vezes se utilizou mandando os curados contarem o que tinha ocorrido a eles. Para outros de nós, pode ser que o IDE signifique seja uma âncora segura para quem procurar você.

Eu estou aprendendo essas personalizações de acordo com as necessidades pessoais das pessoas que tenho contato. Sempre tivemos a pretensão de massificar as pessoas que procuram Jesus. Então a igreja faz séries de conferência e dá um caderninho básico com as crenças que a massa tem de ter. Mas sempre acontece que não é isso que as pessoas procuram. As pessoas procuram outras pessoas. As pessoas procuram Jesus, por diferentes formas. Hoje, procuro entender as necessidades e aí eu estudo para poder suprir essas necessidades. Claro eu gosto muito de estudar sobre o santuário, e por isso, eu sempre achei que essa era a maior necessidade de conhecimento das pessoas. E não é. Santuário e coisas afins são a minha necessidade.

Acho que atender essas pessoas nas suas necessidades é que fará nossa igreja. Isso será nossa igreja. Como o Klébert citou e estamos carecas de saber é que a Dona Branca já dizia que um cara do Reino já nasce missionário. Penso que sempre tivemos a concepção errada sobre isso. Estou atualmente entendendo que esse ser missionário envolve o atendimento às necessidades das pessoas. Assim como Jesus atendia às necessidades reais.

Por isso, nessa semana comecei a pensar que cada um de nós vai descobrir a melhor forma de ser a sua igreja. De agregar a essa igreja seus mais próximos e estimular que cada um também faça isso, mas como serão pessoas diferentes, serão formas diferentes, atendendo a necessidades de pessoas diferentes, e creio que Deus as atenderá a cada um, conforme a necessidade de cada um.

Como seria interessante um encontro dessas pessoas. Todos contando como Deus operou nelas de formas diferentes, em tempos diferentes, e acho que isso faria melhorar inclusive nossa própria compreensão do evangelho.

Isso seria uma igreja "Contemporânea pós-moderna"?

Isso renegaria o princípio da unidade em Cristo?


Bom pessoal, é isso aí. Vamos discutir isso.

5 comentários:

Lilian disse...

FANTÁSTICO, fantástico, FANTÁSTICO mesmo, Osmar!!

Em cantos tão afastados do planeta, estamos numa rara sintonia, pode crer!!

O que você falou é exatamente o que temos pensado e sentido (e que, também, causa tremenda irritação às vezes ao olharmos para a instituição).

Quando vc escreveu isso: "Estou atualmente entendendo que esse ser missionário envolve o atendimento às necessidades das pessoas." Osmar, vc resumiu uma das principais conclusões que o Klebert e eu temos chegado em nossas discussões sobre evangelismo.

E acho que o que você falou sobre as necessidades individuais de cada um serem diferentes é ESSENCIAL! E tudo isso tem tudo a ver com o post que eu estou matutando a respeito e ensaiando escrever desde meados de julho. Espero arranjar tempo nos próximos dias... ;-)

Klebert disse...

IDE...
Pois sabe que Jesus, que foi o único que verdadeiramente poderia ter dito "vinde a mim", colocava-se tão próximo das pessoas que ir a ele normalmente não custava mais do que virar para o lado. Pois bem, como instituição gostamos mais do vinde a mim, aplicado a nós mesmos do que o ide. E ai se encerra a desconjunção entre a prática religiosa atual e a carência espiritual das pessoas. Bem colocado Osmar, só errou em me chamar de estrangeiro...

Anônimo disse...

É pra responder a pergunta que dá título ao post? rsrs... Posso tentar?

Bem, enxergo da seguinte maneira:

"A gente só dá aquilo que tem". Bem batido isso, não é? Eu sei! Bem batido, também, é aquela conversa da nossa necessidade de comunhão com Deus. Conversa séria essa, nada de mole! O próprio Jesus, como sabemos, tinha seus momentos de comunhão com Deus, dois quais Ele saía "pra enfrentar a vida com muito mais amor". Como diz aquele belo hino do HASD.
Tanto já ouvimos falar na igreja, em sermões, classes de escola sabatina, já lemos, falamos e etc. sobre ser este o segredo de todo o poder de Jesus, Sua comunhão com Deus. E essa comunhão que Ele mantinha com Deus era sentida por todos aqueles que estavam à Sua volta. Pergunto: Como teria sido a relação de Jesus com as pessoas se esta tivesse sido sua prioridade? Sabe aquela outra conversa de estabelecermos prioridades maiores para que outras coisas venham como resultado? Sabemos de toda a importância que Jesus dava às pessoas, até pq Ele veio aqui pelas pessoas. Mas creio que Ele sabia que no momento em que Ele priorizasse Sua relação com as pessoas ao invés de priorizar Sua relação com o Pai, Sua relação com as pessoas teria ido por água abaixo. Não sei se estou sendo claro o suficiente quanto ao que quero dizer, até pq estou no meu local de trabalho e com a minha chefe do meu lado me pedindo algo...rsrs..., mas quero muito concluir esse comentário.
Sendo mais objetivo e, talvez necessitando voltar aqui nesse post, respondo a pergunta: O "ide" às pessoas só será verdadeiramente possível quando primeiro cumprirmos o "Vinde a Mim". Só depois que passarmos a frequentar aquele "...lugar de paz, ... aonde vou a luz buscar..." Seremos capazes de sair "pra enfrentar a vida com muito mais amor".

Lizzie - www.surtandoemfrances.wordpress.com disse...

Meio atrasado esse comentário, mas é uma coisa que eu venho pensando há algum tempo, ainda mais agora com essa crise. Há poucas semanas aconteceu esse evento do Impacto Esperança, que eu pessoalmente achei de uma vergonha alheia inexplicável. Os outdoors, adesivos de carro gigantescos, todos com aquelas figuras da volta de Jesus assim como imaginamos que será.

Mas será que é realmente esse tipo de evangelho que Deus quer que façamos? Pra alguém que não tem um relacionamento com Jesus, qual é o impacto de uma mensagem dessa? Agora com essa crise financeira então, parece que boa parte do mundo adventista entra numa paranóia de pregar sobre a volta de Jesus.

Sem tirar o mérito desse tipo de pregação, mas qual é a diferença que isso faz na vida de alguém sem relacionamento pessoal com Deus, volto a perguntar? Não seria muito mais lógico primeiro apresentar a essas pessoas um Salvador pessoal, do que começar pela última parte? Jesus cuidava das necessidades das pessoas primeiro, depois pregava ao coração.

No meio desse dilema, já faz um tempo que prefiro ser a âncora segura a quem precisa, do que sair distribuindo folhetos na rua anunciando que "breve Jesus voltará".

Sinceramente, não sei se serei cobrada por ter me considerado moderna demais pra falar em volta de Jesus, e preferi ficar no caminho mais fácil. Mas talvez as pessoas do meu meio sejam sofisticadas demais pra alguém chegar com um folheto do Impacto Esperança e isso ter algum resultado.

Anônimo disse...

Ai , ai ai!
Que Alegria encontrar vocês..
Deixa eu explicar: Aqui em casa durante a reunião de Ekklesia o Aridnei (amigo da família) me apresentou o blog de vocês.
Não deu tempo de ler ainda e já estou empolgadíssimo.

Ok, somos adventistas do 7º dia desligados da instituição e tentamos viver em comunidade.

estou com o blog www.mangachurch.blogspot.com que sai no www.igrejaemergente.com.br

e se alguém tiver orkut..
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=t&uid=3481186353464001635

meu email e msn é: paulo.268@hotmail.com

agora vou dar uma lida no blog, mas já pelas expressões vejo que estamos falando a mesma língua.