domingo, 4 de janeiro de 2009

Feliz Ano Novo?

Apesar do ponto de interrogação acima, eu desejo que 2009 seja um ano feliz e, felizmente, cada ano que passa em minha vida tem sido sempre feliz, em geral mais ainda que o anterior. A dúvida vem da situação complicada em que o mundo se encontra no limiar deste novo ano, particularmente no país onde resido no momento. Mas as coisas materiais não devem nos preocupar, não é mesmo? O que mais importa é a certeza de que não pertencemos a esta terra, que estamos aqui transitoriamente.

Eu gostaria, acima de tudo, de começar o ano "de pé direito," escrevendo neste blog, procurando me comunicar com vocês meus amigos, já que poucos me acompanham no meu blog em inglês. É estranho que eu criei este blog nos idos de 2007, uau!! -- precisamente dois anos atrás, dia 4 de janeiro de 2007!!! -- e apenas escrevi três postagens até hoje, que triste, não? Neste ínterim, eu escrevi 475 posts no meu outro blog, mas nenhum deles é na minha língua materna, e talvez apenas um ou dois tratem de assuntos que discutimos aqui. Então, quero começar a escrever mais por aqui. Voltarei em breve então, e quero terminar dizendo novamente:

Feliz Ano Novo!!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"Como entrar no Reino em dois dias"

Um fato que o leitor da Bíblia logo descobre é que ela é impiedosa na hora de dizer quem ele é. Não precisa chegar lá em Romanos e ler que “todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus” (3:23), logo nos primeiros capítulos de Gênesis fica bem claro o tipo de sujeitos que nós, como pertencentes da raça humana, somos. Mas o leitor da Bíblia consegue continuar a leitura e então descobre um outro fato: a Bíblia também carrega nas tintas na hora de descrever o tipo de pessoas que nós podemos ser. Vencedores, impolutos, justos, amorosos, benignos, fiéis, corajosos, compassivos, misericordiosos, cheios de paz e serenidade e movidos a esperança.

Em suma, o leitor da Bíblia logo descobre que há algo que ele é e algo radicalmente diferente no que ele deve se tornar. Há um abismo aparentemente intransponível entre um momento e outro. A distância é grande demais! Muitos desanimam e deixam pra lá, se conformando com alguns ajustezinhos exteriores (estilo de vida, vestuário, etc). Mas há alguns outros que querem realmente saber como sair do momento A para o momento B, aquele no qual ele se torna o que Deus sonhou para ele.

Bem, a idéia tradicionalmente pregada por aí a respeito do programa “como se tornar um cidadão do reino de Deus” envolve, basicamente, começar a freqüentar uma igreja, aonde, com alguma sorte, ele vai ser encorajado a ler alguns versos da Bíblia por dia, a orar antes das refeições e/ou antes de dormir e a prestar atenção no que um líder espiritual vai falar durante trinta ou quarenta minutos uma vez por semana. Isso, mais a participação em alguns sacramentos (que variam de igreja para igreja), seria o programa completo.

Seria esse o caminho? Bem, voltemos a nossa condição de leitores da Bíblia e aí vamos ser forçados a identificar nas biografias de praticamente todos os grandes homens ali mencionados um período em que o contato com Deus foi intenso – e não de apenas uns curtos momentos diários. Moisés passou 40 anos no deserto, Paulo passou 3 anos na Arábia, Jonas passou 3 dias no ventre de um peixe, José teve seu período decisivo enquanto era levado como escravo até o Egito. O próprio Jesus passou 40 dias no deserto e Seus discípulos, 50 dias reunidos “e perseveravam unânimes em oração” (Atos 1:14). Isso evidencia que o tempo varia de um para outro, mas o padrão é repetido vezes demais para ser negligenciado. Em suma, a conclusão é: precisamos de um período de intenso contato com Deus. Precisamos de um tempo de “deserto”.

Dallas Willard usa uma ilustração do fato que vale a pena repetir: postar-se abaixo de um chuveiro que deixa cair um pingo a cada 5 minutos, ainda que durante horas ou dias inteiros, não vai fazer você tomar banho.

Faça seus planos. Projete seu tempo de deserto. Um final de semana, um feriado. Um lugar sem televisão, sem muita gente, de preferência sem ninguém que você conhece. Tenha por companhia uma Bíblia, um hinário, talvez um bom livro. Mas o vital é não ter um programa cheio. Você precisa de tempo, muito tempo livre. E o mais importante: você precisa de sede e fome de conhecer a Deus.

Ou então, contente-se com as gotas esparsas que você tem permitido caírem sobre você.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Em retrospecto, uma palavra de gratidão.

Um dia a jornada vai chegar ao fim. Se alcançarmos a vitória poderemos olhar para trás e ver que a batalha foi travada e ganha pelo nosso amigo Jesus. Veremos quantas vezes caímos distraídos, cansados ou enganados. Veremos sua serena e constante paciência tomando-nos pela mão, atando as feridas e oferecendo-nos encorajamento. Veremos como vencemos pequenas lutas diárias apenas invocando o Seu poderoso Nome. Veremos quantas vezes legiões de anjos ofereceram um escudo impenetrável contra o ódio do inimigo e suas tentativas assassinas contra a nossa vida. Veremos como titubeamos, mas prosseguimos sendo relembrados a manter nossos olhos concentrados em nosso amado salvador. Veremos com que cuidado e carinho ele nos levou nos braços enquanto atravessamos delirantes de dor, tristeza, revolta e medo o monstruoso vale da morte. Veremos como ele se alegrou, cantou, sorriu e dançou conosco quando celebramos os nossos sucessos. O nosso coração não vai se conter de gratidão! A eternidade será curta demais para expressarmos a genuína e profunda gratidão pelo nosso amorável amigo, salvador e redentor. Nossas palavras serão tacanhas. Nossas tentativas serão vãns para dizer o quanto amamos a Jesus e o quanto somos agradecidos a Ele por nossa vitória. Mas ele sabe tudo. Ele sabe até que não temos palavras! O nosso cântico e o nosso olhar vai traduzir tudo! O abraço apertado de boas vindas nos fará esquecer o passado, e nos fará lembrar do futuro brilhante que teremos pela frente.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sua opinião sobre a proposição num. 8

As eleições na Califórnia neste ano incluíram não só os candidatos a presidência, mas também uma controvertida proposição número 8, ondes os Californianos votaram numa emenda constitucional no estado para incluir a declaração de que "somente o casamento entre um homem e uma mulher é válido ou reconhecido na Califórnia." A passagem da emenda invalidou os até então válidos casamentos de casais homosexuais na Califórnia.

Um grupo de adventistas auto-denominados Adventists Against Proposition 8 se posicionou contra a proposição 8, e ativamente procuraram persuadir irmãs e irmãos da mesma fé (e outras fés também) a votarem contra. O movimento foi uma reação ao apoio público do Seventh-day Adventist Church State Council, que é o departamento de liberdade religiosa da União do Pacífico, em favor da proposição 8.

Pergunto: qual é a sua opinião sobre esta proposição, e sobre o ativismo dos crentes adventistas californianos?


Quem tiver interesse em ler a cronologia do ativismo estará mais informado para publicar sua opinião. ("disclaimer": o autor da cronologia tomou partido em um dos lados do ativismo)

Antes que novembro acabe...

... E com ele o mundo, que desde o meu último post, de 13 maio, já mudou bastante, deixem-me dizer algumas palavras.

Novembro não acabou ainda, mas o mundo como existia em maio sim. De lá para cá o barril do petróleo, e consigo o preço da gasolina no Estados Unidos, foi simultaneamente na extratosfera e no abismo. A economia, e seus índices, tiveram uma das mais dramáticas e espetaculares quedas já testemunhadas. Não que ninguém tivesse previsto o rompimento da bolha, mas que ninguém de fato previu a escala global do problema e a incapacidade dos especialistas em concordar sobre uma solução, que dirá engendrar uma solução. A mais longa e mais cara campanha eleitoral já testemunhada no EUA chegou ao fim, com incríveis incidentes e contornos, e um final inegavelmente histórico.

Com mudanças tão dramáticas e imprevisíveis acontecendo em espaço de tempo tão curto, como podemos sequer manter a sanidade e o senso de continuidade? Talvez nossos sentidos já estejam entorpecidos pela velocidade natural do mundo pós-moderno saturado de blackberries, instant messengers, celulares, comunicação global, internet, etc, que nem nos admiramos mais do passo em que as mudanças ocorrem. Talvez nos falte mesmo tempo para refletir no meio do frenezi ou simplesmente uma referência a um mundo lento, evoluindo em eras geológicas. Que conversa então seria essa de insanidade ou preocupação com continuidade, poderia alguém perguntar.

Mas antes que novembro acabe, e chegue o mês das festas e o clima de fim de ano, de tempo de retrospectiva, de receber o ano novo com novas resoluções e planos, antes que novembro acabe, reflito nas palavras pertencentes ao inconsciente coletivo adventista: os últimos acontecimentos serão rápidos.

Seriam estes os últimos acontecimentos? Com certeza serão, antes das celebrações do primeiro advento no ano que em breve termina. Mas bem que poderíam ser últimos antes das celebrações do segundo advento em um mundo que em breve termina, não acham?

domingo, 2 de novembro de 2008

Marketing

A máxima refrescância. Prazer em dobro. Surpreenda os seus sentidos. Experimenta! Uma aventura de tirar o fôlego. Adrenalina total. Você merece. Sofisticação ao seu alcance. Para poucos. Você merece. Você merece. Você precisa.

As mensagens que nos embalam (no sentido de embalagem mesmo) dizem que precisamos experimentar sensações-limites, devemos viver intensamente, devemos ter êxtases sensoriais cada vez maiores, sob pena de não estarmos "vivendo". O que ontem nos surpreendeu, hoje é corriqueiro, precisamos de uma dose maior.

É estranho que fiquemos assustados quando os adolescentes submetidos a esse discurso desde bebês se lancem nas drogas. Eles "precisam" viver, "precisam" sentir emoções fortes, "precisam" tirar os pés do mundo ordinário! Caso contrário, terão apenas existido, e a vida é pra ser vivida...

Mas não "precisamos" apenas experimentar, sentir, viver; "precisamos" ostentar. Um carro não serve mais apenas para nos deslocar por aí. O comercial mostra o sujeito orgulhoso de sua nova aquisição deixando a garagem entreaberta ou cortando a cerca viva de sua casa para que quem passa por fora possa ver aonde ele chegou, possa ver que, a julgar pelo objeto de luxo que ele adquiriu, "ele chegou lá". Ele não é qualquer um, ele não é condicionado pelo mundo ordinário. Um celular faz tempo que não serve mais apenas para comunicação e uma televisão para assistir programas de péssima qualidade. Eles "precisam" ter o máximo de funções agregadas, porque são objetos de exposição e porque "precisamos" do máximo conforto, da máxima conveniência.

O mundo gira graças ao combustível desse monte de necessidades artificiais. É para consumir que nos esfalfamos, porque o consumo nos permite viver as sensações que nós acreditamos que precisamos viver para continuar existindo e porque ele nos permite alcançar aceitação em uma coletividade ou destaque dentro dela. E, se o consumo não
basta, nós nos consumimos a nós mesmos, e o caso das drogas citado aí acima é só um exemplo. Sexo, pornografia, poder, sucesso, manipulação, trabalho excessivo, são todas formas de auto-consumo, tentativa vã de entregar à vida algum sentido ou propósito.

Como se fosse antevendo esse estado de coisas que Paulo suplicou: "não vos conformeis a este mundo, mas transformai- vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis [isso sim vale a pena "experimentar" ] qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). Não conformar-se, amigo, significa não consentir em entrar na mesma fôrma. Viver é muito mais do que dizem por aí.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Marketing

A máxima refrescância. Prazer em dobro. Surpreenda os seus sentidos. Experimenta! Uma aventura de tirar o fôlego. Adrenalina total. Você merece. Sofisticação ao seu alcance. Para poucos. Você merece. Você merece. Você precisa.

As mensagens que nos embalam (no sentido de embalagem mesmo) dizem que precisamos experimentar sensações-limites, devemos viver intensamente, devemos ter êxtases sensoriais cada vez maiores, sob pena de não estarmos "vivendo". O que ontem nos surpreendeu, hoje é corriqueiro, precisamos de uma dose maior.

É estranho que fiquemos assustados quando os adolescentes submetidos a esse discurso desde bebês se lancem nas drogas. Eles "precisam" viver, "precisam" sentir emoções fortes, "precisam" tirar os pés do mundo ordinário! Caso contrário, terão apenas existido, e a vida é pra ser vivida...

Mas não "precisamos" apenas experimentar, sentir, viver; "precisamos" ostentar. Um carro não serve mais apenas para nos deslocar por aí. O comercial mostra o sujeito orgulhoso de sua nova aquisição deixando a garagem entreaberta ou cortando a cerca viva de sua casa para que quem passa por fora possa ver aonde ele chegou, possa ver que, a julgar pelo objeto de luxo que ele adquiriu, "ele chegou lá". Ele não é
qualquer um, ele não é condicionado pelo mundo ordinário. Um celular faz tempo que não serve mais apenas para comunicação e uma televisão para assistir programas de péssima qualidade. Eles "precisam" ter o máximo de funções agregadas, porque são objetos de exposição e porque "precisamos" do máximo conforto, da máxima conveniência.

O mundo gira graças ao combustível desse monte de necessidades artificiais. É para consumir que nos esfalfamos, porque o consumo nos permite viver as sensações que nós acreditamos que precisamos viver para continuar existindo e porque ele nos permite alcançar aceitação em uma coletividade ou destaque dentro dela. E, se o consumo não
basta, nós nos consumimos a nós mesmos, e o caso das drogas citado aí acima é só um exemplo. Sexo, pornografia, poder, sucesso, manipulação, trabalho excessivo, são todas formas de auto-consumo, tentativa vã de entregar à vida algum sentido ou propósito.

Como se fosse antevendo esse estado de coisas que Paulo suplicou: "não vos conformeis a este mundo, mas transformai- vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis [isso sim vale a pena "experimentar" ] qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). Não conformar-se, amigo, significa não consentir em entrar na mesma fôrma. Viver é muito mais do que dizem por aí.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

The XXX Church

Foi lendo uma Rolling Stone que descobri a existência da "Igreja Cristã Pornô". Também comecei a ler com os cabelos em pé. Que raio de coisa é essa?

Veja lá. Aparentemente é uma igreja cristã tradicional, só que seus membros usam camisetas com os dizeres "Jesus loves porn stars", de visual modernoso. A iniciativa visa manter um diálogo com profissionais do sexo e pessoas com problemas nessa área, sem julgamentos nem condenações, só isso. Só o que Jesus faria.

Já existe uma espécie de "filial brasileira". a Sexxxchurch visita a rua Augusta na madrugada de sexta pra sábado, faz mobilizações na Praça da Sé pela conscientização contra a pornografia infantil, mantém grupos de apoio a viciados em pornografia e coisas do gênero.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Isso era um comentário mas ficou muito grande... rs

Gente, vocês não imaginam o quanto essas discussões têm me ajudado!

Não estou conseguindo elaborar tão bem o que penso ainda, porque as coisas ainda estão bem confusas na minha cabeça, mas ao mesmo tempo eu sinto uma convicção muito grande que estamos caminhando em direção à essência - e que na verdade essa caminhada vai perdurar por toda a vida...

1 - Sobre vocês e o blog
Vocês e mais alguns poucos amigos têm sido a minha melhor referência de igreja atualmente, e isso é maravilhoso, considerando as distâncias e os diferentes "graus de amizade" que temos! Sim, isso é igreja!

2 - Os efeitos
Refletir dessa forma sobre o que creio, por que creio, a existência de Deus, o papel da igreja e as formas de religião, no mínimo me faz viver toda e qualquer experiência religiosa, individual ou coletiva - seja na igreja, no meu quarto, num restaurante com amigos ou na casa deles, no trabalho ou num parque com desconhecidos - de forma mais honesta, pura, sincera e verdadeira. Estou me despindo cada vez mais dos preconceitos (e são tantooooossss!!), me colocando mais ao lado das pessoas, respeitando suas diferentes experiências, falando das minhas próprias experiências muito mais despretensiosamente.

Porque tenho a impressão de que a única coisa que inegavelmente temos em comum é a busca. A forma como buscamos e como lidamos com o que encontramos é totalmente individual e intransferível! Porque depende de como cada um pensa, percebe e interpreta. De quanto cada um se entrega à experiência. De quanto cada um é honesto consigo mesmo (o que me parece um pré-requisito para ser honesto com as outras pessoas e com Deus).

Evangelizar pra mim é um verbo que mudou de significado! Não consigo mais acreditar em evangelismo como me foi ensinado. Ninguém evangeliza ninguém! A gente busca a Deus, aprende a viver como Jesus e a conviver com as pessoas tendo a postura que Ele tinha e só! Qualquer coisa que acontece com quem estiver por perto de nós será uma experiência da pessoa com Deus! A gente só se torna alguém ou um grupo de pessoas com quem é gostoso partilhar sem ser julgado e sem julgar, todos conscientes de que ninguém tem todas as respostas - e dessa forma aptos a sermos usados por Deus como bênçãos a outros!

3 - O que me incomoda
Recentemente, andei me incomodando um bocado com o fato de que as minhas maiores convicções são empíricas. Porque eu percebo a atuação de Deus na minha vida, claramente. Eu percebo Ele se preocupando com as minhas dúvidas, respondendo pontualmente cada uma delas (ainda que seja me dando mais informação para processar e me deixando mais confusa, mas não fugindo do assunto). Eu percebo que Ele atua na minha mente e no meu coração. Me vejo agindo em algumas situações, naturalmente, de forma totalmente diferente do que tem sido natural para mim desde que me conheço por gente. Estou sendo transformada na essência. Sei que não é minha própria capacidade, é Ele. Percebo Sua atuação na comunidade apesar de todos (e são muitos) os problemas que enfrentamos como organização. Como pode isso acontecer? Pessoas se encontrando, sendo transformadas. É totalmente empírico, mas é incontestável!

>> E por falar em comunidade, igreja, que é o grande tema do qual estamos tratando aqui, estou tendendo ao que o Osmar levantou: paradoxalmente, a questão é muito mais individual do que coletiva. A idéia é ser um conjunto de indivíduos em busca e constante transformação - e por isso mesmo capazes de ouvir sem julgamento, dispostos a compreenderem e suprirem as necessidades mútuas.

Mas voltando ao tema, comecei a perceber que as experiências de todos, até dos melhores argumentadores entre meus amigos, no fim das contas também são empíricas. Algumas das suas "razões" para não crer, é porque estão "testando" algo, testando não crer. E não negam que percebem a existência de algo que nos transcende e buscam respostas (voltando à estaca zero).

4 - O que atrapalha
Essa semana, estava conversando com uma amiga sobre como as pessoas criam sua própria religião, seu conjunto de crenças e tentam vender e até impor a outros. Porque adquirimos um pouquinho de conhecimento e entendemos que precisamos disseminá-lo, nos tornamos pessoas desrespeitosas e inconvenientes, sob a bandeira de "bem-intencionadas". E quando nos é conveniente, nos contradizemos fazendo concessões. Racionalizamos "desculpas esfarrapadas" com "embasamento bíblico" e ficamos "equilibrando pratinhos" para justificar-nos. Com isso, tornamo-nos completamente incoerentes e péssimos representantes de Cristo! Imagino Jesus se contorcendo ao ver pessoas tentando pregar sobre Ele mas agindo dessa forma completamente oposta ao Seu caráter!

5 - Aqui vai realmente o comentário
E aqui chego à questão que o Osmar comentou sobre suprir as necessidades das pessoas. O que falta é interessar-nos mesmo por fazer a obra que Jesus fazia, ser como Ele. "Ir" pode ser simplesmente ficar quando alguém é abandonado por todos por causa de suas idéias e questionamentos. Pode ser abrir mão de algumas horas de sono para ouvir alguém que precisa desabafar. Pode ser dividir comida, casa, oportunidade de trabalho. Pode ser apenas passar tempo ao lado de um parente doente, um idoso, uma criança sem lar. Pode ser perdoar e continuar tolerando aquela pessoa que te irrita sempre da mesma forma pela "trocentésima" vez, e continuar agindo com respeito e amor com ela... e fazer isso entendendo que é exatamente isso que todos precisamos - e é o que Deus faz conosco!

sábado, 6 de setembro de 2008

IDE = Vá até as pessoas ou Venham à mim?

Olá Pessoal,

Estou observando a discussão interessante aí que está rolando...

Tenho sensações estranhas sobre os grilhões que parecem nos prender a pre-conceitos. Parece claro que buscamos novas formas de agregações religiosas, ou mesmo que seja, redescobrir a roda.

Realmente passei um sábado muito agradável com o Gabriel e outros amigos, mas também me pareceu que não estamos muito prontos para não estar em um ambiente com paredes e um cara estranho falando lá da frente, dizendo-nos o que fazer o que não fazer, sendo que ele nem nos conhece.

Coloquei esse título do post porque essa idéia me parece também meio contraditória, ou uma história incompleta. Confesso que esse insight também não está claro na minha mente, mas vou tentar expor o que tenho pensado sobre. Vai que alguém dá uma luz aí.

Quando Jesus ordena o IDE, Ele realmente nos mandava ir? Nem sempre Ele foi. Várias vezes vieram a Ele. Ahhh, outra coisa, Jesus utilizou todas as ferramentas possíveis de evangelismo? Não há mais nenhuma forma que possa ser diferente?

Por que pergunto tudo isso? Lendo as coisas do blog, parece que vejo a gente tentando misturar tudo ao mesmo tempo, não que esteja errado, mas parece que queremos padronizar soluções. Queremos montar nossa vida pessoal, profissional, religiosa, financeira tudo no mesmo saco. Vocês acham que é por aí? Bom, mas aí vão falar, você não pode separar essas coisas, você tem de ter religião na sua vida pessoal, sua vida profissional é recheada da sua vida pessoal e mais a sua ética que vem atrelada à sua religião. E é claro, tudo acaba sendo misturado.

O que acabo vendo disso tudo é que buscamos, a partir de ambientes diferentes, situações diferentes, culturas e padrões diferentes tentar achar algo comum para nossas reuniões religiosas e aplicações do famoso IDE.

É claro que esse modelo que está aí da nossa religião (instituição) já não nos atende mais, mas será que não seria o caso de cada um de nós ver que a solução é ainda mais personalizada que imaginamos? Ou seja, a forma que penso para mim num interior e sem filhos pode não ser a mesma para o Gabriel, cosmopolita, com filhos, e nem para o Klébert estrangeiro. Pode ser que para um de nós, o IDE signifique vá, e procure pessoas, faça o marketing que Jesus algumas vezes se utilizou mandando os curados contarem o que tinha ocorrido a eles. Para outros de nós, pode ser que o IDE signifique seja uma âncora segura para quem procurar você.

Eu estou aprendendo essas personalizações de acordo com as necessidades pessoais das pessoas que tenho contato. Sempre tivemos a pretensão de massificar as pessoas que procuram Jesus. Então a igreja faz séries de conferência e dá um caderninho básico com as crenças que a massa tem de ter. Mas sempre acontece que não é isso que as pessoas procuram. As pessoas procuram outras pessoas. As pessoas procuram Jesus, por diferentes formas. Hoje, procuro entender as necessidades e aí eu estudo para poder suprir essas necessidades. Claro eu gosto muito de estudar sobre o santuário, e por isso, eu sempre achei que essa era a maior necessidade de conhecimento das pessoas. E não é. Santuário e coisas afins são a minha necessidade.

Acho que atender essas pessoas nas suas necessidades é que fará nossa igreja. Isso será nossa igreja. Como o Klébert citou e estamos carecas de saber é que a Dona Branca já dizia que um cara do Reino já nasce missionário. Penso que sempre tivemos a concepção errada sobre isso. Estou atualmente entendendo que esse ser missionário envolve o atendimento às necessidades das pessoas. Assim como Jesus atendia às necessidades reais.

Por isso, nessa semana comecei a pensar que cada um de nós vai descobrir a melhor forma de ser a sua igreja. De agregar a essa igreja seus mais próximos e estimular que cada um também faça isso, mas como serão pessoas diferentes, serão formas diferentes, atendendo a necessidades de pessoas diferentes, e creio que Deus as atenderá a cada um, conforme a necessidade de cada um.

Como seria interessante um encontro dessas pessoas. Todos contando como Deus operou nelas de formas diferentes, em tempos diferentes, e acho que isso faria melhorar inclusive nossa própria compreensão do evangelho.

Isso seria uma igreja "Contemporânea pós-moderna"?

Isso renegaria o princípio da unidade em Cristo?


Bom pessoal, é isso aí. Vamos discutir isso.