sábado, 12 de janeiro de 2008

À guisa de introdução

Antes de começar a escrever aqui, preciso esclarecer algumas coisas e também descrever em linhas gerais quem eu sou, a que venho.

Primeiramente, há 10 anos que a principal língua na qual eu escrevo e na qual tenho discussões acadêmicas é o inglês. Há pouco mais de 3 anos eu comecei também a blogar em inglês (aqui, para os curiosos de plantão). Portanto, quero admitir já de cara que escrever em português vai exigir um certo esforço, mas também será um excelente exercício. Quaisquer influências da língua inglesa e sua estrutura na minha escrita não serão meras coincidências, OK? Vou tentar ao máximo não usar palavras em inglês, mas creio que de vez em quando será inevitável...

Em segundo lugar, grande parte dos "grilos" que estarei discutindo aqui são motivados pelo fato de que depois de viver 25 anos da minha vida no Brasil, há 11 anos e meio eu me mudei para os Estados Unidos. Nenhuma área da minha vida sofreu um choque tão grande, tão devastador, quanto o aspecto religioso. Nem sei por onde começar a falar deste assunto, então podem se preparar para vários posts explorando os miríades de problemas resultantes deste choque.

Em terceiro lugar, eu tenho preferência em falar de mim mesma, escrever posts "pessoais" e não necessariamente "filosóficos", mas obviamente minha experiência pessoal acabará me levando a chegar a certas conclusões sobre a religião e sobre a vida. Eu tenho uma certa apreensão sobre o que vai dar expor tanto de mim aqui, mas ao mesmo tempo, estes posts servirão um pouco de "terapia", já que blogar tem sido imensamente terapêutico para mim e no meu outro blog eu falo de tudo, menos de religião e dos meus conflitos pessoais com este assunto tão delicado.

OK, tendo dito isso, um pequeno resumo da minha vida no que seja relevante às discussões e desabafos que irei ter doravante neste blog:

Sou filha e neta de pastor. Graças aos céus não me casei com um, mas ele tornou-se ancião/ "primeiro ancião" de igreja, o que dá quase tanto trabalho e responsabilidade de um pastor. Cresci e vivi por 18 anos e meio plenamente dentro da "redoma de vidro" de colégios adventistas. Meu contato com "o mundo lá fora" era através de alguns parentes não crentes (rima proposital). Entrei na USP em 1990 e este foi o meu primeiro passo em direção ao mundo 'pós moderno' contemporâneo. Lá eu e o Klebert ajudamos a liderar por 4 anos o GEA-USP (2a geração) e esta experiência mudou nossa vida. Tínhamos também os estudos bíblicos no "velho IAE" -- estes, concluímos anos mais tarde, eram extremamente "de direita" (teologicamente conservadores) o que na verdade não deveria ter combinado muito com as discussões abertas e questionadoras do GEA, mas não havia conflito entre estas duas visões de mundo.

Bom, vou parando por aqui... mas vocês já podem ir imaginando as "cenas dos próximos capítulos" ;-)!

Um comentário:

Marco Aurelio Brasil disse...

Aguardaremos! Mas, a despropósito, acho que já esqueci minha senha pra blogar por aqui. Vamos tentar.