sábado, 22 de março de 2008

"Se formos cometer erros, cometamos erros novos"

Esta frase genial é de Frank Viola. Meu estimado amigo Ricardo me deu de presente esses dias um livro do tal do Frank chamado Pagan Christianity, que certamente deve ter servido como referência em seu recente post. O livro ficou empoeirando duas semanas, até que hoje, aproveitando minha solitude, peguei o dito para dar uma olhadela. Nem passei do prefácio e o autor já me aprisionou introduzindo o seu tema como se tivesse lendo o nosso Blog. Na nota de rodapé da página xx do prefácio fui levado para este site em busca da resposta para a pergunta: "What is an organic church?" Como é comum na leitura de fontes no mundo virtual, fui clicando, clicando e clicando e descobri que Frank Viola é um revolucionário da mesma estirpe de um velho conhecido meu, Brian McLaren, a quem fui apresentado anos atrás e com quem aprendi as primeiras lições de como ser um cristão na era pós-moderna. Para minha grata surpresa o Frank descreveu-se como co-conspirador com o Brian, comprometido a reler, resgatar e restaurar a prática religiosa do cristianismo primitivo. Enquanto o Brian se concentra na apologética, o Frank concentra-se na eclesiologia, uma área que tenho andado a procura de respostas por um bom tempo. Em uma entrevista ele dá um breve vislumbre de como deve ser uma igreja contemporãnea inspirada nos moldes da igreja primitiva. A radicalidade da descrição me fez lembrar do pastor que nos inspirou a fundar a igreja universitária que organizamos aqui nos EUA. Naquela época este querido pastor nos deixou horrorizado com o seu ideal de igreja. Mal sabíamos no que estávamos nos metendo, mas a despeito da insegurança o resultado foi ótimo. Mal posso esperar para retomar a leitura e descobrir quais os erros que poderemos cometer doravante.

3 comentários:

Marco Aurelio Brasil disse...

Esses dias, passando uma lição sobre discipulado e o choque étnico-cultural, perguntei à classe se ela seria capaz de apontar alguns pontos em nossa liturgia e culto dos quais poderíamos abrir mão sem desvirtuar ou macular nossa adoração. Ninguém sugeriu nenhum ponto. Estávamos sem tempo, mas vou repetir a experiência em outras circunstâncias, porque acho que o exercício pode ser saudável.

Lilian disse...

Eu sei que o assunto é sério, mas eu fiquei com vontade de rir quando li o comentário do Marco. No meu ponto de vista TUDO pode ser retirado da liturgia, incluindo o local de adoraçãos. Os elementos essenciais são apenas as pessoas e seu relacionamento com Deus. Já dizia Jesus, que onde estivessem dois ou três reunidos em seu nome, ali ele estaria. Mas decerto é como eu estava conversando rapidinho com o Klebert esta manhã a respeito do livro que o Ricardo nos deu - Pagan Christianity - eu sou receptiva para idéias "revolucionárias" como estas (mesmo já tendo experimentado uma "igreja" não convencional por 3 anos, mas muita gente ainda não é receptivo ainda pois a instituição e os hábitos arraigados desde a primeira infância podem lhes parecer essenciais.

Mas vale continuar tentando, Marco, "água mole em pedra dura..." :-)

Marco Aurelio Brasil disse...

O grande problema das formas é que a gente passa a achar que elas são imprescindíveis e que há algo de místico nelas mesmas. Haja água a bater nessa rocha pra poder furar!