segunda-feira, 3 de março de 2008

Prá que serve a igreja II - Osmar

Olá pessoal que me respondeu...
Resolvi postar aqui meus comentários pq é mais fácil as pessoas lerem os posts que os comentários (me corrijam se necessário, os blogueiros de plantão).
O Gabriel me perguntou então se não ir à igreja no modelo tradicional (praticamente é a única que existe por aí, salvo exceções) não me faz falta. Vou dizer uma coisa... faz falta sim, mas a igreja que está aí hoje não é a tradicional, conceitualmente como foi formada. A atual é muitíssimo burocrática, cheia de normas e regras que nunca estimulam um real adorador a adorar. Eu vejo uma igreja desgastada nas suas formas e tentando pela sua forma burocrática manter a todo custo uma casca, uma áurea de santidade.
Eu fico pensando na beleza de um estudo, quando eu percebo que parece que Deus tem prazer nas descobertas que fazemos dEle usando labirintos bíblicos e mentais e que isso além de ser estimulante e instigante, aumenta nosso QI, pelas formas relacionais que aprendemos a fazer. Vejo esse processo bloqueado na igreja. Vejo Deus dizendo: "Vinde, arrazoemos...(Isaías 1:18+)", mas se eu chegar numa igreja e falar... "moçada, vamos arrazoar sobre o sábado? sobre o vegetarianismo? sobre usos e costumes? " serei execrado, por que a igreja não sabe dialogar.
Bom, sobre isso, já falávamos há muito tempo. A igreja nunca investiu em recursos humanos, ou seja, membros inteligentes, e agora sofre pela falta de cérebros... Rindo pela fala do Klébert, que haverá sombrancelhas tortas para essas frases, não combato a igreja, apenas gostaria de espaços e mais opções para que as pessoas pudessem livremente discutir a teologia da igreja.
Ainda mais sobre o que o Klébert comentou, eu reitero aqui o que já havia dito: Há muito tempo tenho saído da igreja com fome, muita fome de alimento espiritual. Há muito tempo não volto prá casa pensando: "Puxa, que relações interessantes foram feitas pelo cara que pregou."
Numa grande cidade do interior de São Paulo, rolou uma série de conferências no ano passado. Batizaram muitas pessoas. Enviaram novamente o grupo de pregadores e os teologandos para darem assistência a essas pessoas. Fiquei sabendo disso hoje. Fiquei triste. Isso significa que foi percebido que os membros não tem capacidade de fazer a manutenção desses novos membros, ou seja, precisa haver pessoas pagas pela obra, trabalhando profissionalmente com esses novos membros. E o pior, é que os membros antigos da igreja acham isso ótimo. Pq assim eles tb podem transferir mais coisas para esses obreiros... Oras, a médio prazo, será um círculo vicioso e não virtuoso. Os membros dessa cidade pouco ou nada fizeram para os novos membros, assim, tb não se sentem ligados a eles. O que resta a esses velhos membros fazerem é continuarem a disputarem os cargos e poderes... Realmente muito triste.
Mas há solução... certamente que há.
Continuo os comentários logo mais, senão vai virar um jornal, isso aqui.

3 comentários:

Marco Aurelio Brasil disse...

Essa coisa de voltar pra casa da igreja vazio e com a sensação de tempo perdido é um drama realmente. Mas nesses dias lembro do velho e bom Morris Venden lembrando que a igreja deveria ser um lugar para onde vamos com o intuito de, de alguma forma, dar algo, também, e não apenas receber. Embora seja desanimador não haver recebido nada, a idéia de poder haver sido útil, nem que seja da forma mais banal, deveria ser um consolo. Consolo porque quem inventou esse negócio de a gente ter que comungar com pessoas diferentes que adoram o mesmo Deus foi ídéia do próprio, e Sua intenção com a coisa certamente envolve esse aspecto do dar e não só receber...

Osmar disse...

Concordo com vc Marcão. Mas penso que vc não pode passar o tempo todo dando, há momentos que vc precisa respirar e tb se tornar recebedor. Nesse ponto, penso que muitos de nós, que eu sei que sempre são doadores de algo, ficam na mão, ou melhor, sem nada na mão.

Lilian disse...

Concordo com o Osmar... e escrevi um post inteiro sobre este problema do "doar e receber." Confiram lá!