Este seria um título jóia para uma reflexão esperançosa sobre a igreja de Laodicéia, não acham? Mas ando indo um pouco além do tradicional esses dias. Hoje por exemplo, andei me atualizando num dos meus blogs preferidos escrito pelo Julius Nam, Progressive Adventism. Li esse post aqui que me inspirou a imaginação em direções divertidas.
Primeira: imagine que Tiago White tivesse entrado em coma e por algum milagre acordasse do coma nos dias de hoje. Como seriam suas impressões sobre a igreja adventista que ele ajudou a fundar? Se você ler os exemplos de mudança doutrinária listados pelo Julius talvez tenha uma idéia de quão perplexo ele ficaria ao avaliar o pensamento corrente adventista.
Segunda: e se você, que é adventista de carteirinha, entrasse em um coma profundo e acordasse daqui uns 10 ou 20 anos e começasse a ler os blogs adventistas e conversasse com membros de sua igreja e ouvisse os sermões dos mais novos pastores, quão perplexo você ficaria com as mudanças? O Julius faz suas previsões em questões que vão desde a origem da vida até o homossexualismo.
Moral da história: o adventismo nasceu como um movimento. Melhor seria não abandonar a caracteristica e continuar em movimento. Porém, estamos prontos como movimento para continuar absorvendo mudanças sem temer que elas estejam nos levando para o abandono dos alicerces fundamentais que tanto cultivamos e nos apegamos?
sexta-feira, 25 de abril de 2008
sábado, 19 de abril de 2008
Meu irmão e minha irmã...
Para refletir.
Gene Robinson, primeiro Bispo abertamente gay ordenado na igreja anglicana, recentemente concedeu uma entrevista para um programa muito ouvido nos EUA chamado Fresh Air. Na entrevista lhe foi perguntado como ele se sente sendo o centro da controvérsia em torno da aceitação do homossexualismo que esta causando um racha na igreja anglicana. Sua resposta foi mais ou menos na seguinte linha:
Nós não temos a chance de escolher nossa família. Nós temos irmãos e irmãs a quem adoramos e alguns com quem não nos damos bem; você não tem a chance de escolher quem são os seus irmãos e irmãs. Pela virtude do batismo, todos nós somos incluídos na mesma família. [Por esta razão] me parece que não podemos excluir uns aos outros, não importa quão grande sejam nossas divergências.
Há mais algumas pérolas. Aos menos preconceituosos, recomendo ouvir a entrevista. (ou deveria estar recomendando aos mais preconceituosos...?)
Gene Robinson, primeiro Bispo abertamente gay ordenado na igreja anglicana, recentemente concedeu uma entrevista para um programa muito ouvido nos EUA chamado Fresh Air. Na entrevista lhe foi perguntado como ele se sente sendo o centro da controvérsia em torno da aceitação do homossexualismo que esta causando um racha na igreja anglicana. Sua resposta foi mais ou menos na seguinte linha:
Nós não temos a chance de escolher nossa família. Nós temos irmãos e irmãs a quem adoramos e alguns com quem não nos damos bem; você não tem a chance de escolher quem são os seus irmãos e irmãs. Pela virtude do batismo, todos nós somos incluídos na mesma família. [Por esta razão] me parece que não podemos excluir uns aos outros, não importa quão grande sejam nossas divergências.
Há mais algumas pérolas. Aos menos preconceituosos, recomendo ouvir a entrevista. (ou deveria estar recomendando aos mais preconceituosos...?)
sexta-feira, 18 de abril de 2008
O que é igreja afinal?
Andamos por um bom tempo falando sobre "Para que serve igreja", "Para que serve pastor da igreja", "Porque eu ainda gosto tanto de igreja", etc. Quem sabe chegou a hora de discutirmos o que é igreja afinal?
Que tal começar pelo que não é igreja?
Igreja não é o edifício, apesar de costumeiramente levantarmos sábado (ou domingo) de manhã para ir à igreja.
Igreja também não é a instituição, ou corporação, apesar de termos, quase todos, nossos nomes no rol de membros da igreja adventista etc, etc, igreja cristã etc, etc, igreja católica etc, etc, igreja de Jesus Cristo etc, etc, etc.
Melhor é que a igreja não seja também uma denominação, uma palavra chata que pode ser usada para indicar espécie monetária, uma associação talvez adequada considerando a oferta de denominações religiosas na praça. (Alguém pode achar uma denominação perfeitamente ajustada para o seu gosto, concordam?).
Lendo Paulo, o apóstolo, vejo que ele tem uma fixação. Ele insiste em chamar a igreja de o corpo de Cristo. Esta analogia é usada por ele com tanta frequência, que começou a me chamar a atenção. (Não sei quanto a vocês, mas as vezes lendo a Biblia passo pelos mesmos versos tão familiares e surrados que nem reparo no que está sendo dito de fato). A insistência de Paulo na analogia do corpo, me cativou porque ele a usa muitas vezes para muitos propósitos: defesa da igualdade entre irmãos, unidade no convívio e propósito do grupo de crentes, submissão à direção de Cristo, etc.
Mais recentemente fiquei intrigado com o que ele escreveu aos crentes em Éfeso:
Note, a igreja, ou seja, o corpo, é aqui chamado por Paulo de "o complemento", ou a "plenitude" de Cristo. Sem a existência da igreja, Cristo está aleijado na presença de todos; sua presença não é plena. Até arriscaria dizer que sua própria existência não é plena ou completa na realidade deste mundo. Essa comunidade de crentes que é chamada de igreja, que desejamos (ou não) fazer parte, deve ser isso ai: a extensão de Cristo, quase que literalmente, neste planeta.
Essa visão parece verdadeiramente ausente na arena religiosa de hoje. Apesar do discurso no palanque, dificilmente os olhos crentes ou ateus miram um grupo de cristãos esperando ver os braços do Cristo, ou seus ouvidos, ou lábios. Ainda bem, pois quase certamente veriam um Cristo anêmico, epilético, e aleijado.
Que tal começar pelo que não é igreja?
Igreja não é o edifício, apesar de costumeiramente levantarmos sábado (ou domingo) de manhã para ir à igreja.
Igreja também não é a instituição, ou corporação, apesar de termos, quase todos, nossos nomes no rol de membros da igreja adventista etc, etc, igreja cristã etc, etc, igreja católica etc, etc, igreja de Jesus Cristo etc, etc, etc.
Melhor é que a igreja não seja também uma denominação, uma palavra chata que pode ser usada para indicar espécie monetária, uma associação talvez adequada considerando a oferta de denominações religiosas na praça. (Alguém pode achar uma denominação perfeitamente ajustada para o seu gosto, concordam?).
Lendo Paulo, o apóstolo, vejo que ele tem uma fixação. Ele insiste em chamar a igreja de o corpo de Cristo. Esta analogia é usada por ele com tanta frequência, que começou a me chamar a atenção. (Não sei quanto a vocês, mas as vezes lendo a Biblia passo pelos mesmos versos tão familiares e surrados que nem reparo no que está sendo dito de fato). A insistência de Paulo na analogia do corpo, me cativou porque ele a usa muitas vezes para muitos propósitos: defesa da igualdade entre irmãos, unidade no convívio e propósito do grupo de crentes, submissão à direção de Cristo, etc.
Mais recentemente fiquei intrigado com o que ele escreveu aos crentes em Éfeso:
"Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstãncia. "
Note, a igreja, ou seja, o corpo, é aqui chamado por Paulo de "o complemento", ou a "plenitude" de Cristo. Sem a existência da igreja, Cristo está aleijado na presença de todos; sua presença não é plena. Até arriscaria dizer que sua própria existência não é plena ou completa na realidade deste mundo. Essa comunidade de crentes que é chamada de igreja, que desejamos (ou não) fazer parte, deve ser isso ai: a extensão de Cristo, quase que literalmente, neste planeta.
Essa visão parece verdadeiramente ausente na arena religiosa de hoje. Apesar do discurso no palanque, dificilmente os olhos crentes ou ateus miram um grupo de cristãos esperando ver os braços do Cristo, ou seus ouvidos, ou lábios. Ainda bem, pois quase certamente veriam um Cristo anêmico, epilético, e aleijado.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Não conformismo com base em que autoridade?
Pois bem, depois de um longo e tenebroso inverno aqui estou eu de volta com uma nova questão que me veio à mente. Trombei hoje com uma declaração de Paulo familiar para muitos que diz na tradução atualizada de Almeida:
"Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo."
Paulo escreveu isso para o crentes da Galácia em perplexidade e apreênsão da rapidez com a qual os crentes abandonaram os fundamentos do estilo de vida que ele lhes ensinara. Na sequência Paulo narra seu confrontamento com o status quo em defesa do princípio fundamental de seus ensinos, que ele declara ter recebido de Jesus diretamente, sem interferência humana.
O ponto é o não conformismo. A dúvida é, baseada em que autoridade? Eu gosto do não conformismo de Paulo, do ir contra a corrente, desafiando a autoridade, defendendo o princípio, a mudança de paradigma. O que eu não gosto [como bom pós-moderno que sou] é sua argumentação que recebeu a instrução diretamente de Jesus. Vale acrescentar que esta revelação não foi pessoal como no caso dos outros discípulos.
Ok, Paulo é Paulo, mas quem sou eu tentando andar na contra mão? O argumento de que recebí uma revelação direta do Senhor não cola bem, o que vocês acham? Na realidade, uma boa parte das mudanças que temos discutido e que eu gostaria de ver ocorrendo na igreja, minha comunidade de crentes ou na minha própria atitude em relação à religião é fortemente argumentada na linha do senso comum ou bom senso.
Resultado: na sociedade pós-moderna que vivo e desejo aplicar e partilhar os mesmos princípios do estilo de vida de Paulo, a autoridade é o bom senso, raramente uma fonte inspirada de revelação. Na comunidade de crentes entalada no anacronismo, a autoridade é sempre a revelação, muitas vezes ao custo do bom senso. Como conciliar?
"Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo."
Paulo escreveu isso para o crentes da Galácia em perplexidade e apreênsão da rapidez com a qual os crentes abandonaram os fundamentos do estilo de vida que ele lhes ensinara. Na sequência Paulo narra seu confrontamento com o status quo em defesa do princípio fundamental de seus ensinos, que ele declara ter recebido de Jesus diretamente, sem interferência humana.
O ponto é o não conformismo. A dúvida é, baseada em que autoridade? Eu gosto do não conformismo de Paulo, do ir contra a corrente, desafiando a autoridade, defendendo o princípio, a mudança de paradigma. O que eu não gosto [como bom pós-moderno que sou] é sua argumentação que recebeu a instrução diretamente de Jesus. Vale acrescentar que esta revelação não foi pessoal como no caso dos outros discípulos.
Ok, Paulo é Paulo, mas quem sou eu tentando andar na contra mão? O argumento de que recebí uma revelação direta do Senhor não cola bem, o que vocês acham? Na realidade, uma boa parte das mudanças que temos discutido e que eu gostaria de ver ocorrendo na igreja, minha comunidade de crentes ou na minha própria atitude em relação à religião é fortemente argumentada na linha do senso comum ou bom senso.
Resultado: na sociedade pós-moderna que vivo e desejo aplicar e partilhar os mesmos princípios do estilo de vida de Paulo, a autoridade é o bom senso, raramente uma fonte inspirada de revelação. Na comunidade de crentes entalada no anacronismo, a autoridade é sempre a revelação, muitas vezes ao custo do bom senso. Como conciliar?
domingo, 23 de março de 2008
Porque eu ainda gosto tanto de igreja?
Para mim essa questão é mais forte do que o "pra que serve" que vem sendo discutido aqui.
Porque eu sempre estive envolvida numa comunidade religiosa: já passei por várias igrejas adventistas e vários grupos de estudos: uns mais "paz e amor", outros mais "racionais" como esse (o melhor de todos os tempos, aliás! rsrsrs).
Encontrei acolhida carinhosa, crítica, trabalho a fazer (o que eu gosto muito e sempre me empolgo com 1000 coisas), apoio pras horas difíceis, administração duvidosa... Todos tiveram seu encanto, e todos, por um motivo ou outro, "passaram".
Há cerca de 2 anos venho experimentando uma nova experiência (ok, ficou redundante, mas é assim que eu queria dizer mesmo). Comecei a fazer parte de uma comunidade da qual, na verdade, eu não me sentia parte por uns tantos meses. Ainda que houvesse pessoas conhecidas, das comunidades que eu frequentei anteriormente (o Gabi é um!), havia também umas tantas que pensavam, agiam, se vestiam e tinham gosto musical muito diferente do meu. Mas não sei exatamente porque (e eis aqui o ponto) eu resolvi insistir. Uma amiga que ia comigo (e compartilha desses mesmos questionamentos) desistiu, mas eu fiquei. [Aliás, quero convidá-la para participar aqui, posso? Lily, me ajuda a fazer isso?] Eu sempre digo a ela que eu não tenho jeito, sou igrejeira incurável, e por isso continuo. Uma sexta ela foi dormir em casa e disse que no sábado não queria ir de manhã comigo. Eu tive a capacidade de acordar e dizer: ah, desculpe, acho que se eu não for terei uma "crise de abstinência", vc não quer mesmo ir? Fica chateada se eu for e nos encontramos depois? Ela disse que não (e temos intimidade suficiente pra ela dizer o contrário, se fosse o caso) e eu fui (!).
Lá eu já vivi reencontros, novas amizades, namoro, término de namoro, e me envolvi, para trabalhar, com 3 (ops, 5!!) grupos distintos:
- O primeiro (coordenação da manhã), fui convidada logo no ínício quando não tinha mesmo muito mais gente pra ajudar. Fazia algo que eu sei fazer bem, mas me estressava um bocado. E saí em poucos meses. Fiquei à disposição, tanto que já substituí a líder numa ocasião em que ela adoeceu.
- O segundo (drama), de antigos amigos que eu considero demais, admiro a inteligência visivelmente acima da média, em que eu sou útil fazendo seja lá o que for, tenho liberdade para dar pitaco em quase tudo, dar e receber críticas sem mágoas e ainda me divertir um bocado.
- O terceiro (louvor), o mais "profissional", fui convidada a participar como uma das líderes e sem ser amiga de ninguém. Deus me ajudou a realizar um bom trabalho, mas depois de 1 ano estava desanimada com a falta de comprometimento de alguns membros "inconquistáveis" da minha equipe e quase desisti, mas consegui permanecer com uma sugestão da líder máxima para diminuir - mas não extinguir - o meu grau de responsabilidade. Esse é o grupo mais interessante: continuo não sendo amiga íntima de ninguém, mas me sinto equipe e desenvolvi um carinho enorme por eles.
- O quarto (coordenação da tarde), fui convidada por uma grande amiga para realizar um trabalho semelhante ao que eu fazia no primeiro. Apesar de ter a mesma natureza estressante a freqüência é menor e a maneira que ela lidera é mais "light". Por fim está se tornando muito mais interessante agora, pois incluiu a pesquisa de conteúdo para as programações.
- O quinto (comunicação) [quando comecei, achei que essa lista era menor!] , eu me ofereci para ajudar, pois é algo que eu a-do-ro fazer! Eu tinha uma idéia do que era o trabalho, mas a liderança era um pouco ausente e o pastor, que sempre foi meu interlocutor mais próximo, tinha uma visão diferente do que devia ser feito. Até assumi algumas das coisas que ele gostaria que eu fizesse, contei com a ajuda de uma amiga que eu fiz lá, e por fim ainda anda bem indefinido, mas uma coisa é fato: estou cada vez mais próxima de fazer somente o que eu realmente quero e gosto.
Acontece que ultimamente tenho me questionado muito sobre porque eu quero tanto continuar fazendo parte dessa comunidade.
Atualmente tenho fortes motivos para mudar:
- estou mais amiga da minha única "família" aqui por perto, minha irmã, que mora longe e freqüenta outra comunidade;
- meu namorado também mora longe, ainda que não esteja comprometido com nenhuma outra comunidade, mas tem bastante proximidade com a comunidade que minha irmã freqüenta; (e aliás, tem questionamentos como esses também)
- continuar insistindo em frequentar essa comunidade e ter tantas responsabilidades ali parece demonstrar que ela é mais importante que a família atual e a que eu (tanto) quero formar futuramente
- os amigos que me acolheram no início estão se afastando ou continuam lá, mas tão ocupados que não temos mais a convivência que gostaríamos;
- a comunidade cresceu e não exatamente dentro dos objetivos desejados e há momentos em que é tanta gente que perde totalmente o sentido de comunidade e vira muvuca;
- há problemas de liderança e de relacionamento (guerra de vaidades) que me estressam às vezes
Daí eu fico pensando no que me faz querer tanto ficar:
- há novos amigos, que eu me sinto útil em poder ajudar pessoalmente (estou tendo oportunidade de acolher e não só de ser acolhida, como aconteceu nos últimos anos)
- há espaço para discussões como essa
- a liderança demonstra que está em busca de estabelecer uma igreja fundamentada em pequenos grupos, baseada no sentido mais "puro" - e bíblico - do que a igreja deve ser
- foi ali que eu vivi enquanto reconstruía a auto-estima, e hoje me sinto novamente integrada a um grupo, útil e algumas vezes até reconhecida pelo trabalho que realizo e que me dá um certo prazer e orgulho. (Isso tá virando terapia... rs)
- sempre saio alimentada (coisa que acontece em freqüência muuuito menor quando visito outras comunidades)
- O principal: foi ali que eu aprofundei meu relacionamento com Deus como nunca antes e tenho experimentado alguns "resultados práticos" de entrega e de discipulado na minha vida...
Estava me sentindo egoísta e pirando com esse assunto há poucos dias (tanto que nem quis publicar o post - além da falta de tempo, claro). Mas fizemos um programa de páscoa que parecia tão impossível de sair e que atingiu tanto as pessoas, e sai tão miraculosamente melhor do que eu imaginava, que eu calei a boquinha por mais um tempo... e vou continuar lá simplesmente porque é uma grande oportunidade de aprender a viver - da maneira mais intensa que eu conheço até agora - o cristianismo!
Porque eu sempre estive envolvida numa comunidade religiosa: já passei por várias igrejas adventistas e vários grupos de estudos: uns mais "paz e amor", outros mais "racionais" como esse (o melhor de todos os tempos, aliás! rsrsrs).
Encontrei acolhida carinhosa, crítica, trabalho a fazer (o que eu gosto muito e sempre me empolgo com 1000 coisas), apoio pras horas difíceis, administração duvidosa... Todos tiveram seu encanto, e todos, por um motivo ou outro, "passaram".
Há cerca de 2 anos venho experimentando uma nova experiência (ok, ficou redundante, mas é assim que eu queria dizer mesmo). Comecei a fazer parte de uma comunidade da qual, na verdade, eu não me sentia parte por uns tantos meses. Ainda que houvesse pessoas conhecidas, das comunidades que eu frequentei anteriormente (o Gabi é um!), havia também umas tantas que pensavam, agiam, se vestiam e tinham gosto musical muito diferente do meu. Mas não sei exatamente porque (e eis aqui o ponto) eu resolvi insistir. Uma amiga que ia comigo (e compartilha desses mesmos questionamentos) desistiu, mas eu fiquei. [Aliás, quero convidá-la para participar aqui, posso? Lily, me ajuda a fazer isso?] Eu sempre digo a ela que eu não tenho jeito, sou igrejeira incurável, e por isso continuo. Uma sexta ela foi dormir em casa e disse que no sábado não queria ir de manhã comigo. Eu tive a capacidade de acordar e dizer: ah, desculpe, acho que se eu não for terei uma "crise de abstinência", vc não quer mesmo ir? Fica chateada se eu for e nos encontramos depois? Ela disse que não (e temos intimidade suficiente pra ela dizer o contrário, se fosse o caso) e eu fui (!).
Lá eu já vivi reencontros, novas amizades, namoro, término de namoro, e me envolvi, para trabalhar, com 3 (ops, 5!!) grupos distintos:
- O primeiro (coordenação da manhã), fui convidada logo no ínício quando não tinha mesmo muito mais gente pra ajudar. Fazia algo que eu sei fazer bem, mas me estressava um bocado. E saí em poucos meses. Fiquei à disposição, tanto que já substituí a líder numa ocasião em que ela adoeceu.
- O segundo (drama), de antigos amigos que eu considero demais, admiro a inteligência visivelmente acima da média, em que eu sou útil fazendo seja lá o que for, tenho liberdade para dar pitaco em quase tudo, dar e receber críticas sem mágoas e ainda me divertir um bocado.
- O terceiro (louvor), o mais "profissional", fui convidada a participar como uma das líderes e sem ser amiga de ninguém. Deus me ajudou a realizar um bom trabalho, mas depois de 1 ano estava desanimada com a falta de comprometimento de alguns membros "inconquistáveis" da minha equipe e quase desisti, mas consegui permanecer com uma sugestão da líder máxima para diminuir - mas não extinguir - o meu grau de responsabilidade. Esse é o grupo mais interessante: continuo não sendo amiga íntima de ninguém, mas me sinto equipe e desenvolvi um carinho enorme por eles.
- O quarto (coordenação da tarde), fui convidada por uma grande amiga para realizar um trabalho semelhante ao que eu fazia no primeiro. Apesar de ter a mesma natureza estressante a freqüência é menor e a maneira que ela lidera é mais "light". Por fim está se tornando muito mais interessante agora, pois incluiu a pesquisa de conteúdo para as programações.
- O quinto (comunicação) [quando comecei, achei que essa lista era menor!] , eu me ofereci para ajudar, pois é algo que eu a-do-ro fazer! Eu tinha uma idéia do que era o trabalho, mas a liderança era um pouco ausente e o pastor, que sempre foi meu interlocutor mais próximo, tinha uma visão diferente do que devia ser feito. Até assumi algumas das coisas que ele gostaria que eu fizesse, contei com a ajuda de uma amiga que eu fiz lá, e por fim ainda anda bem indefinido, mas uma coisa é fato: estou cada vez mais próxima de fazer somente o que eu realmente quero e gosto.
Acontece que ultimamente tenho me questionado muito sobre porque eu quero tanto continuar fazendo parte dessa comunidade.
Atualmente tenho fortes motivos para mudar:
- estou mais amiga da minha única "família" aqui por perto, minha irmã, que mora longe e freqüenta outra comunidade;
- meu namorado também mora longe, ainda que não esteja comprometido com nenhuma outra comunidade, mas tem bastante proximidade com a comunidade que minha irmã freqüenta; (e aliás, tem questionamentos como esses também)
- continuar insistindo em frequentar essa comunidade e ter tantas responsabilidades ali parece demonstrar que ela é mais importante que a família atual e a que eu (tanto) quero formar futuramente
- os amigos que me acolheram no início estão se afastando ou continuam lá, mas tão ocupados que não temos mais a convivência que gostaríamos;
- a comunidade cresceu e não exatamente dentro dos objetivos desejados e há momentos em que é tanta gente que perde totalmente o sentido de comunidade e vira muvuca;
- há problemas de liderança e de relacionamento (guerra de vaidades) que me estressam às vezes
Daí eu fico pensando no que me faz querer tanto ficar:
- há novos amigos, que eu me sinto útil em poder ajudar pessoalmente (estou tendo oportunidade de acolher e não só de ser acolhida, como aconteceu nos últimos anos)
- há espaço para discussões como essa
- a liderança demonstra que está em busca de estabelecer uma igreja fundamentada em pequenos grupos, baseada no sentido mais "puro" - e bíblico - do que a igreja deve ser
- foi ali que eu vivi enquanto reconstruía a auto-estima, e hoje me sinto novamente integrada a um grupo, útil e algumas vezes até reconhecida pelo trabalho que realizo e que me dá um certo prazer e orgulho. (Isso tá virando terapia... rs)
- sempre saio alimentada (coisa que acontece em freqüência muuuito menor quando visito outras comunidades)
- O principal: foi ali que eu aprofundei meu relacionamento com Deus como nunca antes e tenho experimentado alguns "resultados práticos" de entrega e de discipulado na minha vida...
Estava me sentindo egoísta e pirando com esse assunto há poucos dias (tanto que nem quis publicar o post - além da falta de tempo, claro). Mas fizemos um programa de páscoa que parecia tão impossível de sair e que atingiu tanto as pessoas, e sai tão miraculosamente melhor do que eu imaginava, que eu calei a boquinha por mais um tempo... e vou continuar lá simplesmente porque é uma grande oportunidade de aprender a viver - da maneira mais intensa que eu conheço até agora - o cristianismo!
sábado, 22 de março de 2008
"Se formos cometer erros, cometamos erros novos"
Esta frase genial é de Frank Viola. Meu estimado amigo Ricardo me deu de presente esses dias um livro do tal do Frank chamado Pagan Christianity, que certamente deve ter servido como referência em seu recente post. O livro ficou empoeirando duas semanas, até que hoje, aproveitando minha solitude, peguei o dito para dar uma olhadela. Nem passei do prefácio e o autor já me aprisionou introduzindo o seu tema como se tivesse lendo o nosso Blog. Na nota de rodapé da página xx do prefácio fui levado para este site em busca da resposta para a pergunta: "What is an organic church?" Como é comum na leitura de fontes no mundo virtual, fui clicando, clicando e clicando e descobri que Frank Viola é um revolucionário da mesma estirpe de um velho conhecido meu, Brian McLaren, a quem fui apresentado anos atrás e com quem aprendi as primeiras lições de como ser um cristão na era pós-moderna. Para minha grata surpresa o Frank descreveu-se como co-conspirador com o Brian, comprometido a reler, resgatar e restaurar a prática religiosa do cristianismo primitivo. Enquanto o Brian se concentra na apologética, o Frank concentra-se na eclesiologia, uma área que tenho andado a procura de respostas por um bom tempo. Em uma entrevista ele dá um breve vislumbre de como deve ser uma igreja contemporãnea inspirada nos moldes da igreja primitiva. A radicalidade da descrição me fez lembrar do pastor que nos inspirou a fundar a igreja universitária que organizamos aqui nos EUA. Naquela época este querido pastor nos deixou horrorizado com o seu ideal de igreja. Mal sabíamos no que estávamos nos metendo, mas a despeito da insegurança o resultado foi ótimo. Mal posso esperar para retomar a leitura e descobrir quais os erros que poderemos cometer doravante.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Igreja boa funciona sem Pastor
Pensando na relação entre igrejas e pastores.
Prá mim, igreja boa é aquela que os membros já fazem o que deve ser feito, e já sabem o que devem fazer. Nessas igrejas, o pastor pode se dedicar apenas a auxiliar, orientar e atrapalhar o menos possível os membros da igreja. É nessas igrejas que os pastores não fazem falta e se estão ou não, as coisas continuam como sempre. É preciso ser maduro prá ser pastor numa igreja assim.
Nas igrejas que os membros são trabalhosos, muito do esforço do pastor se dá para resolver problemas, e aí, ele fica sem energia e sem condições de realizar o serviço mínimo pastoral adequado.
Nos últimos posts nós falamos sobre os pastores, mas por outro lado, os membros tb tem uma parcela imensa de responsabilidade sobre as coisas que acontecem na igreja.
É uma relação dupla, onde um reflete o outro. A massa reflete o pastor e vice-versa.
Como membros, acho que temos de trabalhar prá sermos independentes. Acho que não devo esperar muito que o pastor seja bom pregador, talvez a gente tenha de ser um, talvez não deva esperar que o pastor seja um bom reconciliador, e sim, trabalhar para que nós sejamos os melhores reconciliadores... e penso que isso deve valer prá todas as qualidades e talentos e dons... Pq penso que os pastores não são os detentores dos dons e sim os membros. Os pastores devem organizar esses dons para que haja unidade de pensamento e trabalho.
Acho que deu prá entender o que estou pensando por aqui hoje...
Boa pascuinha prá vcs todos...
Prá mim, igreja boa é aquela que os membros já fazem o que deve ser feito, e já sabem o que devem fazer. Nessas igrejas, o pastor pode se dedicar apenas a auxiliar, orientar e atrapalhar o menos possível os membros da igreja. É nessas igrejas que os pastores não fazem falta e se estão ou não, as coisas continuam como sempre. É preciso ser maduro prá ser pastor numa igreja assim.
Nas igrejas que os membros são trabalhosos, muito do esforço do pastor se dá para resolver problemas, e aí, ele fica sem energia e sem condições de realizar o serviço mínimo pastoral adequado.
Nos últimos posts nós falamos sobre os pastores, mas por outro lado, os membros tb tem uma parcela imensa de responsabilidade sobre as coisas que acontecem na igreja.
É uma relação dupla, onde um reflete o outro. A massa reflete o pastor e vice-versa.
Como membros, acho que temos de trabalhar prá sermos independentes. Acho que não devo esperar muito que o pastor seja bom pregador, talvez a gente tenha de ser um, talvez não deva esperar que o pastor seja um bom reconciliador, e sim, trabalhar para que nós sejamos os melhores reconciliadores... e penso que isso deve valer prá todas as qualidades e talentos e dons... Pq penso que os pastores não são os detentores dos dons e sim os membros. Os pastores devem organizar esses dons para que haja unidade de pensamento e trabalho.
Acho que deu prá entender o que estou pensando por aqui hoje...
Boa pascuinha prá vcs todos...
sábado, 15 de março de 2008
Continuando com a história da existência do Pastor
Ainda sobre o modelo pastoral, queria continuar na linha do Nicotra, acrescentando mais alguns dados.
A igreja católica deturpou muito o conceito de um líder de igreja e nós sofremos ainda com essa influência. Os pastores ou líderes antigos passavam desapercebidos pela multidão. Roupas comuns, ofícios comuns, e dentro da igreja sentavam em lugares comuns. À hora de fazerem uma admoestação ou um sermão é que se dirigiam à frente para pregarem. Ao terminarem, voltavam ao lugar comum. Isso é muito interessante, pq a mensagem deles apontava a Cristo, e as pessoas não tinham pq quererem imitá-los, pq eles eram como o povo. O que restava? o exemplo de Cristo.
O sistema clerical católico, em flagrante cópia do sistema pagão, exaltou os pregadores, dando a eles um púlpito, roupas coloridas e especiais, e o mais importante, roupas exclusivas. Assim, só os que tinham aquela roupa poderiam pregar, só eles poderiam dar conselhos religiosos, eram reconhecidos na rua, e por td isso, começaram a ter privilégios, e mais, as pessoas começaram a imitá-los, fazendo-os seus exemplos (afinal, eram mais visíveis que um Jesus invisível). Ainda mais, criaram hierarquias, onde há um tablado, e os nobres assistem ao sermão de cima do tablado, afastado das pessoas comuns.
Sendo assim, o pastor ou pregador se tornou a última voz sobre verdades a serem discutidas e normalmente não serem abertos a idéias que não vieram deles (claro que aqui entra toda a carga de trabalho imposta a eles, que chega tb a ser algo desumano).
Eu vejo que td isso só afastou a mensagem de Cristo das pessoas, criando disputa de poderes para serem os mais poderosos os mais próximos do pastor.
Td isso, juntando ao que o Nicotra escreveu, acho que dá mais uma vez o cenário das formas que as igrejas adotam hoje (Fora o lance de um país tropical como o nosso e as pessoas serem ridiculamente obrigadas a usarem ternos e gravatas para adorarem, senão não vale).
Acho que essas ações todas tem divergido do que nós pensamos e do pq não somos muito de chamar pastores para as reuniões de pequenos grupos, uma vez que tentamos não hierarquizar muito esses grupos de estudo e adoração.
A igreja católica deturpou muito o conceito de um líder de igreja e nós sofremos ainda com essa influência. Os pastores ou líderes antigos passavam desapercebidos pela multidão. Roupas comuns, ofícios comuns, e dentro da igreja sentavam em lugares comuns. À hora de fazerem uma admoestação ou um sermão é que se dirigiam à frente para pregarem. Ao terminarem, voltavam ao lugar comum. Isso é muito interessante, pq a mensagem deles apontava a Cristo, e as pessoas não tinham pq quererem imitá-los, pq eles eram como o povo. O que restava? o exemplo de Cristo.
O sistema clerical católico, em flagrante cópia do sistema pagão, exaltou os pregadores, dando a eles um púlpito, roupas coloridas e especiais, e o mais importante, roupas exclusivas. Assim, só os que tinham aquela roupa poderiam pregar, só eles poderiam dar conselhos religiosos, eram reconhecidos na rua, e por td isso, começaram a ter privilégios, e mais, as pessoas começaram a imitá-los, fazendo-os seus exemplos (afinal, eram mais visíveis que um Jesus invisível). Ainda mais, criaram hierarquias, onde há um tablado, e os nobres assistem ao sermão de cima do tablado, afastado das pessoas comuns.
Sendo assim, o pastor ou pregador se tornou a última voz sobre verdades a serem discutidas e normalmente não serem abertos a idéias que não vieram deles (claro que aqui entra toda a carga de trabalho imposta a eles, que chega tb a ser algo desumano).
Eu vejo que td isso só afastou a mensagem de Cristo das pessoas, criando disputa de poderes para serem os mais poderosos os mais próximos do pastor.
Td isso, juntando ao que o Nicotra escreveu, acho que dá mais uma vez o cenário das formas que as igrejas adotam hoje (Fora o lance de um país tropical como o nosso e as pessoas serem ridiculamente obrigadas a usarem ternos e gravatas para adorarem, senão não vale).
Acho que essas ações todas tem divergido do que nós pensamos e do pq não somos muito de chamar pastores para as reuniões de pequenos grupos, uma vez que tentamos não hierarquizar muito esses grupos de estudo e adoração.
terça-feira, 11 de março de 2008
O Cargo de Pastor em Questão.
Creio que a raiz da insatisfação com o modelo de igreja atual reside no seguinte fato: O modelo de igreja cristã estabelecido por Cristo e praticado por seus apóstolos e discípulos no primeiro século foi deturpado ao longo da história do cristianismo. Os reformadores conseguiram recuperar parte do que foi destruído, mas deixaram muito por fazer. O modelo eclesiástico adotado pelas igrejas protestantes hoje não é o modelo que foi estabelecido por Cristo.
Das inúmeras “deturpações” católicas não reformada pelos protestantes quero continuar comentando sobre a figura do pastor remunerado. (Discussão iniciada nos posts anteriores)
O modelo de comunidade cristã estabelecido no primeiro século era orgânico e não organizacional, hierárquico e clerical. Isso significa que cada membro tinha ativa participação em ministérios relacionados com os seus dons e vocação. Embora os apóstolos que viajavam fundando igrejas pudessem vez ou outra receber alguma contribuição financeira, não havia o cargo de pastor local remunerado. Os crentes trabalhavam de forma voluntária.
Os pastores protestantes são uma reminiscência da divisão clero/leigo estabelecida na igreja católica. Embora os reformadores tenham restaurado o conceito de “sacerdócio universal de todos os crentes” dentro de um aspecto soteriológico (um crente não necessita mais de intercessão de um sacerdote humano para ser salvo), os reformadores falharam em estabelecer este conceito num aspecto eclesiológico (a figura de um pastor local remunerado caracterizando o clero continua vigente no modelo eclesiástico dos protestantes).
Pagar um homem para ser o pastor da igreja acaba tendo consequências danosas não só para a igreja como para o pastor e sua família. Manter um pastor remunerado implica quase sempre num aumento da expectativa dos membros em relação a sua performance. Espera-se que o pastor seja proficiente no exercício de todos os ministérios (ensino, pregação, visitação, assistência social, aconselhamento familiar, estabelecimento de novas comunidades em locais não alcançados, etc...). Não há tal homem com tantos dons: Alguns tem dom de pregar, outros de estabelecer novas igrejas, outros de dar aconselhamento. Quando os membros percebem que o seu pastor não tem todos estes dons acabam vendo suas expectativas frustradas. O pastor percebe esta frustração e tenta absorver as críticas de maneira a proteger seu emocional, sua família e seu emprego.
Esse não era o projeto original de Deus. Ele idealizou a igreja como uma entidade orgânica composta por vários membros no mesmo nível hierárquico e colocou Cristo como o cabeça da Igreja.
Melhor seria se o modelo eclesiástico do Novo Testamento fosse novamente adotado. Cada membro poderia exercitar melhor os seus dons, reconhecer sua responsabilidade no corpo eclesiástico e se estribar apenas na liderança de Jesus Cristo. Isso evitaria toda esta insatisfação com a casta pastoral que temos observado atualmente.
Das inúmeras “deturpações” católicas não reformada pelos protestantes quero continuar comentando sobre a figura do pastor remunerado. (Discussão iniciada nos posts anteriores)
O modelo de comunidade cristã estabelecido no primeiro século era orgânico e não organizacional, hierárquico e clerical. Isso significa que cada membro tinha ativa participação em ministérios relacionados com os seus dons e vocação. Embora os apóstolos que viajavam fundando igrejas pudessem vez ou outra receber alguma contribuição financeira, não havia o cargo de pastor local remunerado. Os crentes trabalhavam de forma voluntária.
Os pastores protestantes são uma reminiscência da divisão clero/leigo estabelecida na igreja católica. Embora os reformadores tenham restaurado o conceito de “sacerdócio universal de todos os crentes” dentro de um aspecto soteriológico (um crente não necessita mais de intercessão de um sacerdote humano para ser salvo), os reformadores falharam em estabelecer este conceito num aspecto eclesiológico (a figura de um pastor local remunerado caracterizando o clero continua vigente no modelo eclesiástico dos protestantes).
Pagar um homem para ser o pastor da igreja acaba tendo consequências danosas não só para a igreja como para o pastor e sua família. Manter um pastor remunerado implica quase sempre num aumento da expectativa dos membros em relação a sua performance. Espera-se que o pastor seja proficiente no exercício de todos os ministérios (ensino, pregação, visitação, assistência social, aconselhamento familiar, estabelecimento de novas comunidades em locais não alcançados, etc...). Não há tal homem com tantos dons: Alguns tem dom de pregar, outros de estabelecer novas igrejas, outros de dar aconselhamento. Quando os membros percebem que o seu pastor não tem todos estes dons acabam vendo suas expectativas frustradas. O pastor percebe esta frustração e tenta absorver as críticas de maneira a proteger seu emocional, sua família e seu emprego.
Esse não era o projeto original de Deus. Ele idealizou a igreja como uma entidade orgânica composta por vários membros no mesmo nível hierárquico e colocou Cristo como o cabeça da Igreja.
Melhor seria se o modelo eclesiástico do Novo Testamento fosse novamente adotado. Cada membro poderia exercitar melhor os seus dons, reconhecer sua responsabilidade no corpo eclesiástico e se estribar apenas na liderança de Jesus Cristo. Isso evitaria toda esta insatisfação com a casta pastoral que temos observado atualmente.
sábado, 8 de março de 2008
Prá que serve o Pastor da igreja?
Estive pensando durante essa semana sobre as coisas que falamos nos últimos dias e acho que precisamos conversar sobre um aspecto que não tocamos no assunto e que penso que é completamente atrelado ao assunto igreja, que são os Pastores de igreja.
Não quero entrar naquela discussão clássica que todos falam mal dos pastores ou são puxa-saco deles. Tb não gostaria de falar que tenho a sensação que os pastores bons eram os de antigamente, pq na realidade, o "antigamente"significa que eu era mais simplista e não entendia as pressões sobre os pastores e que tb nosso cérebro costuma relevar as más coisas e apenas relembrar as coisas boas (falta de memória coletiva).
A idéia é assim: se a igreja hoje tem problemas e todos nós percebemos que tem, e toda igreja é dirigida por alguém, a quem normalmente chamamos de pastor, provavelmente ocorrem 4 coisas: ou esses pastores ajudaram a causar os problemas, ou não se apercebem deles, ou se apercebem mas não tentam mudar ou sabem e tentam mudar, apesar de não terem sucesso (na maioria dos casos). Assim, se eu disse que não ando sentindo falta da igreja, constituída como está, é sinal tb que não estou sentindo falta dos pastores, ou do trabalho deles.
Além disso, tenho outra dúvida cruel que é assim: há como os pastores ideais fazerem um bom trabalho se suas companheiras não forem tb pastoras ideais?
Por conta disso td e mais algumas coisinhas, gostaria de propor uma idéia que não fosse de criticar os pastores de forma negativa:
Precisamos de pastores?
Vamos construir uma lista de qualidades interessantes que gostaríamos que os pastores ideais tivessem?
Vamos pensar tb para essa lista as qualidades que um pastor que estivesse cuidando de um campo onde só houvessem pequenos grupos como os que defendemos nos dias passados deveria ter?
Qualidades que imaginamos de um Pastor ideal:
Não quero entrar naquela discussão clássica que todos falam mal dos pastores ou são puxa-saco deles. Tb não gostaria de falar que tenho a sensação que os pastores bons eram os de antigamente, pq na realidade, o "antigamente"significa que eu era mais simplista e não entendia as pressões sobre os pastores e que tb nosso cérebro costuma relevar as más coisas e apenas relembrar as coisas boas (falta de memória coletiva).
A idéia é assim: se a igreja hoje tem problemas e todos nós percebemos que tem, e toda igreja é dirigida por alguém, a quem normalmente chamamos de pastor, provavelmente ocorrem 4 coisas: ou esses pastores ajudaram a causar os problemas, ou não se apercebem deles, ou se apercebem mas não tentam mudar ou sabem e tentam mudar, apesar de não terem sucesso (na maioria dos casos). Assim, se eu disse que não ando sentindo falta da igreja, constituída como está, é sinal tb que não estou sentindo falta dos pastores, ou do trabalho deles.
Além disso, tenho outra dúvida cruel que é assim: há como os pastores ideais fazerem um bom trabalho se suas companheiras não forem tb pastoras ideais?
Por conta disso td e mais algumas coisinhas, gostaria de propor uma idéia que não fosse de criticar os pastores de forma negativa:
Precisamos de pastores?
Vamos construir uma lista de qualidades interessantes que gostaríamos que os pastores ideais tivessem?
Vamos pensar tb para essa lista as qualidades que um pastor que estivesse cuidando de um campo onde só houvessem pequenos grupos como os que defendemos nos dias passados deveria ter?
Qualidades que imaginamos de um Pastor ideal:
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